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Paulo Bittencourt

Livre Pensamento, Humanismo e Ateísmo

“Não quero crer, quero saber.”

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O que é Humanismo?

Humanismo é resultado duma longa tradição de livre pensamento que inspirou muitos dos grandes pensadores e artistas e deu origem à Ciência.
O Humanismo é ético: afirma o valor, dignidade e autonomia do indivíduo e o direito de todo ser humano à maior liberdade possível compatível com os direitos dos outros. Humanistas têm o dever de cuidar de toda a Humanidade, incluindo gerações futuras. Humanistas acreditam que moral é parte intrínseca da natureza humana, baseada em compreensão e preocupação com os outros, não precisando de aprovação externa.
O Humanismo é racional: busca usar a Ciência criativamente, e não destrutivamente. Humanistas acreditam que as soluções para os problemas do mundo estão no pensamento e ação humanos, em vez de em intervenção divina. O Humanismo defende a aplicação de métodos da Ciência e livre investigação aos problemas do bem-estar humano. Humanistas acreditam também que a aplicação da Ciência e tecnologia deve ser temperada por valores humanos. A Ciência nos dá os meios, mas os valores humanos devem propor os fins.
O Humanismo apoia a democracia e os direitos humanos: visa o desenvolvimento mais pleno possível de cada ser humano. Sustenta que democracia e desenvolvimento humano são questões de direito. Os princípios da democracia e dos direitos humanos podem ser aplicados a muitas relações humanas e não se restringem a métodos de governo.
O Humanismo insiste que liberdade pessoal deve ser combinada à responsabilidade social: busca construir um mundo baseado na ideia da pessoa livre, responsável perante a sociedade, e reconhece nossa dependência do mundo natural e responsabilidade por ele. O Humanismo não é dogmático e, portanto, não impõe credo algum a seus aderentes. Assim, é comprometido com educação livre de doutrinação.
O Humanismo é uma resposta à generalizada demanda por uma alternativa à religião dogmática: as principais religiões alegam ser baseadas em revelações fixas, e muitas buscam impor suas visões de mundo a toda a Humanidade. O Humanismo reconhece que conhecimento confiável sobre o mundo e nós mesmos surge através dum processo contínuo de observação, avaliação e revisão.
O Humanismo valoriza a criatividade e imaginação artísticas e reconhece o poder transformador da arte: afirma a importância da literatura, música, e artes visuais e cênicas para o desenvolvimento e realização pessoais.
Humanismo é uma postura de vida que visa a máxima realização possível através do cultivo duma vida ética e criativa, e oferece meios éticos e racionais para enfrentar os desafios de nosso tempo. Humanismo pode ser um estilo de vida para todos, em todos os lugares.

Humanists InternationalTraduzido por Paulo Bittencourt

Humanismo e o Sentido da Vida

Algumas pessoas acreditam que há só um sentido da vida. Pensam que o Universo foi criado com um propósito e os seres humanos fazem parte de algum plano cósmico maior. Acham que sentido vem de fazer parte desse plano, que estaria escrito no Universo, à espera de ser descoberto.
A visão humanista do sentido da vida é diferente. Humanistas não acham que há um óbvio propósito para o Universo, e sim que é um fenômeno natural, sem projeto algum por trás dele. Sentido não é algo lá fora esperando para ser descoberto, mas algo que nós criamos em nossa própria vida. Embora esse vasto e incrivelmente antigo Universo não tenha sido criado para nós, todos estamos conectados a algo maior que nós mesmos, seja ele a família e comunidade, uma tradição que se estende ao distante passado, uma ideia ou causa que mira o futuro ou o belo e mais amplo mundo natural em que nascemos e nossa espécie evoluiu.
Essa maneira de pensar significa que não há apenas um grande sentido da vida, e sim que cada pessoa terá muitos diferentes sentidos da sua vida. Cada um de nós é único e nossas diferentes personalidades dependem duma complexa mistura de influências de nossos pais, ambiente e relações. Elas mudam com a experiência e alteração nas circunstâncias. Não há receitas de vida simples que sejam aplicáveis a todas as pessoas. Temos gostos, preferências, prioridades e objetivos diferentes.
Uma pessoa pode gostar de desenhar, caminhar na floresta ou cuidar de seus netos. Outra pode gostar de cozinhar e assistir a novelas, saborear seu vinho favorito ou provar novos tipos de comida. Podemos encontrar sentido na família, carreira profissional, engajamento num projeto artístico ou reforma política, em simples prazeres, como jardinagem e passatempos, ou milhares de outras coisas, dando rédeas à nossa criatividade ou curiosidade, a nossas capacidades intelectuais ou nossa vida emocional.
O momento de ser feliz é agora, e a maneira de encontrar sentido na vida é ir em frente e vivê-la tão plenamente e bem quanto possível.

British Humanist AssociationTraduzido por Paulo Bittencourt

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